quarta-feira, 1 de setembro de 2010

terça-feira, 6 de julho de 2010

Exposição “ Corpo a Corpo” – Vila do Conde - 2000

“Depois vamos ver aquela tralha…”

“De solidão, apenas solidão nenhuma morte mata. O que nos mata é tanta gente enchendo a nossa solidão” . Jorge de Sena – in Peregrinato ad Loca Infecta

Em boa lógica, arte e tralha são conceitos antinómicos. Supõe-se, e bem, que a função da arte é superar, sublimar, transfigurar o mundo da tralha. De facto, o objecto estético procura despojar-se do supérfluo, do acessório, construindo-se como relação que ao real pede a sua matéria para sobre ele trabalhar, elaborando neste processo a “única” lógica que o permite ler. Mas o que nós pedimos à arte é que nos ofereça um mundo onde também possamos habitar, isto é, que torne visível o que sempre nos escapa.

Ora a pintura de Olga Barbosa obriga-nos a olhar para muita da tralha em que nos enredamos, muitos dos casos e das histórias que fazem do nosso percurso um afastamento permanente. De quê?

A paleta desvenda-nos irritações e sustos, escaninhos de memórias que não atendemos e, nesta medida, permite-nos enfrentar aquelas tralhas que nos aprisionam. Mais: ao incomodar-nos, alerta-nos para os lugares do nosso acomodamento, o silêncio e o vazio de todos os nossos sem saberes. É de uma arte empenhada, assim, a que a pintura de Olga Barbosa nos oferece, ao propor-nos falar da nossa existência inautêntica.

Mas se a tralha pode ser a malha do nosso descontentamento, pode revelar-se a bóia da nossa salvação; as cortiças que impedem que a marca sobre as águas se dissipe; que o nosso aviso de nós a nós mesmos se torne reconhecível como, como “corpo-tralha” que submerge nas sombrias zonas da memória, no lago que do todo configura a pergunta pelo todo no nosso tempo e no nosso espaço. Esta tralha que sendo malha é o lençol do nosso desespero; é a franja das nossas velas – do tecido fino das nossas velas.

Como navegar, pois, nas aras dos nossos corpos, das nossas casas?

Como povoar a nossa solidão? Como partilhar a palavra, aquela que os deuses, como fogo e água, nos ofereceram sem débito e sem crédito? Aquela que só os poetas, os que das cores e das linhas, também fazem as rugas de uma divindade jovem?

Podemos então ver aquela “tralha”. Os quadros, estes quadros, são necessariamente um dos nossos espelhos.

Haverá destino mais puro para a arte? Haverá uma solidão melhor povoada?

À alienação que nos corrói, podemos, então e nomeadamente através desta pintura de Olga Barbosa opor uma multiplicidade de discursos emancipadores, pelo exercício de uma razão crítica.


Eugénio Peixoto

Maio 2000


Exposição “ Sentir os laços” – 1999 - Porto

A verdadeira arte opaciza os casos, que porventura são fonte de inspiração ou de origem: rasura-os e ao rasurá-los, transcendo-os.
Se perante um destes quadros apetece perguntar de que falam, o que vêem, o que ouvem estas personagens, como se procurássemos o fio de uma história que nos fosse dado escutar; o significado do todo que marca a pintura de Olga Barbosa, projecta-nos para além dos motivos mais recônditos que a fizeram emergir.
É que os quadros só falam com os quadros, e nesta fala, descoberta que sob o sedimento dos primeiros dizeres acodem em nós, falam em nós de coisas-em-nós: os laços que dizem a cartografia da nossa liberdade enredam-se aqui em arquivos de irremediáveis opressões, de tenazes persistências que a memória conserva, e, agora, supera,reelabora.
Mas não será este um dos sinais da nossa condição e, com ele, de toda a arte?
A menina-retalho-boneca-repasto que denuncia os símbolos do seu devir, é o olhar geométrico da mulher que pode olhar a infância, os seus mitos, a violência e a opressão que teimam em persistir. Ainda que possa sofrer, porque iluminada, mormente por esta pintura de Olga Barbosa, sabe como resistir.

Eugénio Peixoto 1999



segunda-feira, 12 de abril de 2010

Stubborn



colagem cartão, madeira, fio de linho e acrílico e pastel s/ tela
Fundação Eng António de Almeida – Porto -1999

Constelação



Colagem papel, cartão, fio de linho e acrílico s/ tela
Fundação Eng António de Almeida - Porto - 1999

Estilhaço

Colagem de renda e fios de linho e acrílico s/ tela
Auditório Municipal de Vila do Conde - 2000

Nuns


gessos, colarinhos, fio de linho, colagem e acrílico sobre tela
Fundação Eng António de Almeida - Porto - 1999

Duet



Acrílico e colagem de fio de linho sobre 4 telas acopladas
Auditório Municipal de Vila do Conde - 2000

Nacht II


Acrílico s/ tela com colagem de renda e bordado em linho
Galeria da C. da Trindade - Lisboa - 2002

O vestido da bela adormecida

Vestido pintado e colado em tela com objecto - caixa de pó de arroz
Galeria Belobelo - Braga 2001

A Bela Adormecida


Colagem renda e tecido de linho e acrílico s/ tela
Galeria Belobelo - Braga 2001

Série "Dennis"- o raivoso


Acrílico s/ 4 cartões telados redondos
Acrílico s/papel - estudos
Lisboa - 2002

Message in a bottle - série "Dennis" o raivoso


Acrílico s/ tela
Lisboa - 2002

O sonho de Orlando



Acrílico sobre tela 1.20 x 1.00m
Lisboa - 2002

Paisagem Toscana V - Série Toscana


Colagem s/ papel
42x60
( Tuscany 2001)

The big insect - Paisagem Toscana II - Série Toscana

Técnica mista s/ papel montado em tela
78 x 1,06
( Tuscany 2001)
Quasiloja -Porto - 2004

Clown II - Série máscaras



Acrílico sobre papel montado em tela com néon
84 x 120
( Curia 2002)

Clown I - Série máscaras



Acrílico sobre papel montado em tela com néon
42 x 60
(2002)

Guerreiro - Série máscaras


Acrílico s/ papel
(2002)

Mulher objecto - Série caixas

Objectos antigos - doll's house - dentro de caixas de acrílico
"Woman's perspective" parte de 1 instalação
Casa das Artes de Famalicão - 2007

Marilyn - Série caixas pintadas



Acrílico sobre cartão
Quasiloja - Porto - 2003

Clown Talking - Série caixas pintadas

Técnica mista s/ cartão
"Clown talking"

Casamento e Cabra-cega - Série caixas pintadas



Acrílico sobre caixas cartão - 2003

Preparando para sair para uma exposição…. - 2003

Jane Spitfire




Acrílico s/ papel montado em acrílico
Detalhe rosto da Jane Spitfire
Quasiloja - Porto - 2003

Orlando

Acrílico s/ tela
Quasiloja -Porto - 2003

Venus Vulgaris

Acrílico s/ tela
73 x 92
Quasiloja - Porto - 2003

Venus Celestis



Acrílico s/ tela
73 x 92
Quasiloja - Porto - 2003

Venus Feroce ou " Jane Spitfire"

Acrílico s/ papel ( montado em placa de acrílico)
73 x 92

Quasiloja - Porto - 2003

Série - Lousas pintadas



Mulher objecto - pastel óleo sobre lousas
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003

Série Lousas pintadas



Jane Spitfire’s childhood - pastel óleo sobre lousas- 2003

A flor e o regador


Colagem e acrílico sobre pequenas telas quadrangulares 30x30
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003

Série Lousas - com colagem e pintadas


Exposição de ilustração - colagem s/ lousas
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003


Colagem s/ lousas
Ovar - 2003


A infância de Jane Spitfire
Pastel óleo sobre lousas
Quasiloja – 2003 - Porto

Pastel óleo sobre lousas
Quasiloja - Porto -2003

Pastel óleo sobre lousas e ponteiros de lousa montados em placa de acrílico
Quasiloja - Porto - 2003


Série Lousas - ilustração – colagem s/ lousas
Série “ A flor e o regador" - colagem e acrílico sobre pequenas telas 30x30
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003

I want a little sugar in my bowl - I e II - Díptico


Acrílico sobre tela, bordado, colagem e folha de ouro
2x - 60x80
vestido com cola e gesso
prato de madeira com folha de ouro e bolas de pasta de papel
montagem de instalação para exposição
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003

I want a little sugar in my bowl II


Acrílico sobre tela, colagem e folha de ouro 60x80
Biblioteca Municipal de Ovar - 2003

Damsel Great Fear - Série “Damsels” - 2007


Rede de latão patinada, pano algodão pintado, anjo em gesso patinado, caixa
Casa das Artes de Famalicão – 2007

Série " A flor e o regador" - desenhos

" A flor e o regador"
2 acrílicos s/ papel A3
Casa das Artes de Famalicão - 2007





" A flor e o regador"

Acrílico s/ papel A3 montado em caixa

Casa das Artes de Famalicão - 2007

Exposição Woman's Perspective '07 - texto e CV


Casa das Artes de Famalicão - 2007