MULHERES ARTISTAS
“A similar habit of mind at work”
“Artists fasten together the loose parts of the world”
Sendo eu mulher artista, creio ser
importante expressar o que existe para lá do frame, da moldura, de tudo aquilo
que está fora da moldura patriarcal da representação da história das vidas das
mulheres.
É muito curioso comparar a cartografia
das culturas presentes na concepção de muitos trabalhos de mulheres, mesmo que separadas
geograficamente ou temporalmente, desafiando instituições muito fechadas ou
mais abertas.
A arte feminina é algo que acontece
simultaneamente em diferentes movimentos artísticos e discursos à sua volta.
O lógico do “woman’s role” é único nas
mulheres, mesmo sendo de culturas muito díspares e vivendo contextos culturais separados
no tempo e no espaço, nas antípodas mesmo, equacionam os mesmos temas, levantam
as mesmas questões.
Desde os círculos radiantes da pintora
aborígene australiana Emily Kame até às instalações potencialmente políticas de
Renée Green ou aos trabalhos de Ana Mendieta, artista Cubana que usa o seu
próprio corpo como plataforma para a criação artística, ou mesmo as esculturas
exuberantes de Louise Burgeois, explorando a tensão e mutabilidade entre os
corpos feminino e masculino, ou os vídeos da Pipilotti Rist, e tantas, tantas
outras, todas denunciam a violência de que padece o corpo feminino.
Os trabalhos de Georgia O’Keeffe, “1930
The History before us”, têm um papel determinante para a compreensão da arte
das mulheres - a flor como símbolo sexual.
Foi preciso chegar aos anos 70 para que
se desse o "acordar".
A mulher tomou então consciência da forma
misógina, desvalorizada, de como era tratada.
A
“Bela Adormecida” had been “sleeping for a long period of time!”
Nos anos 70 e 80 do século passado, a
teoria psicanalítica torna-se uma espécie de “língua franca” na cultura
artística feminina que se pretende afirmar.
A consciência do trauma coletivo
feminino do mundo ocidentalizado, mostra-nos uma “art as a political response
useful to the experience of awakening”.
Em 1968 já tinha havido um protesto no
Miss America Contest.
Esta continua a ser redefinida nos anos
90 quando uma nova fase emerge e homens e mulheres nas suas específicas expressões
artísticas começam a ser vistos como duas formas de género entre outras
possibilidades.
“Women
artists are trying to survive their own history” .
Parafraseando Louise Bourgeois,
pretendo usar a arte para "record and advance that survival", “registar
essa sobrevivência” na história da vida das mulheres, da sua cultura, do
intrínseco sentir feminino em cartografias variadas.
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