quinta-feira, 2 de julho de 2020




MULHERES ARTISTAS

 “A  similar  habit  of  mind  at  work”
“Artists  fasten  together  the  loose  parts  of  the  world”

Sendo eu mulher artista, creio ser importante expressar o que existe para lá do frame, da moldura, de tudo aquilo que está fora da moldura patriarcal da representação da história das vidas das mulheres.

É muito curioso comparar a cartografia das culturas presentes na concepção de muitos trabalhos de mulheres, mesmo que separadas geograficamente ou temporalmente, desafiando instituições muito fechadas ou mais abertas.

A arte feminina é algo que acontece simultaneamente em diferentes movimentos artísticos e discursos à sua volta.

O lógico do “woman’s role” é único nas mulheres, mesmo sendo de culturas muito díspares e vivendo contextos culturais separados no tempo e no espaço, nas antípodas mesmo, equacionam os mesmos temas, levantam as mesmas questões.

Desde os círculos radiantes da pintora aborígene australiana Emily Kame até às instalações potencialmente políticas de Renée Green ou aos trabalhos de Ana Mendieta, artista Cubana que usa o seu próprio corpo como plataforma para a criação artística, ou mesmo as esculturas exuberantes de Louise Burgeois, explorando a tensão e mutabilidade entre os corpos feminino e masculino, ou os vídeos da Pipilotti Rist, e tantas, tantas outras, todas denunciam a violência de que padece o corpo feminino.

Os trabalhos de Georgia O’Keeffe, “1930 The History before us”, têm um papel determinante para a compreensão da arte das mulheres - a flor como símbolo sexual.

Foi preciso chegar aos anos 70 para que se desse o "acordar". 

A mulher tomou então consciência da forma misógina, desvalorizada, de como era tratada.

A “Bela Adormecida” had been “sleeping for a long period of time!”

Nos anos 70 e 80 do século passado, a teoria psicanalítica torna-se uma espécie de “língua franca” na cultura artística feminina que se pretende afirmar.

A consciência do trauma coletivo feminino do mundo ocidentalizado, mostra-nos uma “art as a political response useful to the experience of awakening”.

Em 1968 já tinha havido um protesto no Miss America Contest.
Esta continua a ser redefinida nos anos 90 quando uma nova fase emerge e homens e mulheres nas suas específicas expressões artísticas começam a ser vistos como duas formas de género entre outras possibilidades.

“Women artists are trying to survive their own history” .

Parafraseando Louise Bourgeois, pretendo usar a arte para "record and advance that survival", “registar essa sobrevivência” na história da vida das mulheres, da sua cultura, do intrínseco sentir feminino em cartografias variadas.




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